A minha foto
Nome:
Localização: Lisboa, Portugal




domingo, 6 de maio de 2007

Porto 1757

Há 250 anos, em Fevereiro de 1757, deu-se no Porto um motim. Os participantes gritavam "viva o rei, viva o povo, morra a Companhia". O rei era D. José e a Companhia era a da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, criada no ano anterior: as exportações do vinho do Porto para Inglaterra tinham diminuído, a ausência de fiscalização favorecia a degradação da qualidade do vinho, e o poder central estava empenhado em aumentar as suas competências e a sua capacidade em se fazer obedecer.
O Porto teria então cerca de 30.000 habitantes e aproximadamente 1.000 tabernas. Receando o aumento dos preços e o encerramento de muitas tabernas, animados por uma coragem de possível origem etílica, os populares saquearam as instalações da Companhia e coagiram as autoridades judiciais à anulação das decisões régias. Para Sebastião José de Carvalho e Melo o motim era coisa insuportável e "sacrílega", que minava a sua autoridade. A repressão que se seguiu perdurou na memória da cidade. Mais de 3.000 militares impuseram a ordem na ruas, e garantiram um julgamento expedito e severo: mais de 200 condenados a diversas penas: açoites públicos, expropriações, degredo em África, e 26 condenados à morte, que foram enforcados e cujos patíbulos se espalharam pela cidade. O terror do futuro marquês silenciou de medo o Porto. E instalou-se no reino.