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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sinistro viveiro

É frequente sentir que o PS é um viveiro de criaturas repulsivas. Não creio que seja por ser pessoa que precisa de me alimentar com muita repugnância. Não sou azedo e adoro doces. Gosto de encontrar concordâncias quando me envolvo em discussões. Mas quando calha ouvir beltrano ou fulano do PS, a sensação aparece. Talvez a moralidade geral do meio explique por que tal tipo de gente ali conflua para ganhar a vida e fazer ao País as maravilhas que estão à vista. Talvez as demonstrações pessoais das maiores características identitárias do PS, que são a sua proverbial incompetência governativa, o seu espírito sectário e a sua táctica flexível, expliquem o que sinto.
Da primeira não vale a penar falar. É apenas espantoso que não assuma consequências judiciais para alguns.
O sectarismo é aquela invencível mania de se achar sempre na posse da razão e ao lado dos supostos bons "ventos da história". A realidade desmente-o, mas para o PS a realidade é uma sacana que merece desdém e ignorância e que não atinge a sabedoria do partido. O PS não se engana e não erra, o PS é boicotado pelo mundo que muda em 15 dias ou não é compreendido por portugueses manipuláveis.
Por isso, o PS não se interroga sobre a sua governação, não assume qualquer responsabilidade pelos falhanços e encara o Estado como património a ser gerido em função dos interesses dos fiéis. Por isso, o PS não se sente diminuído por fazer disparar a dívida pública ou aumentar os impostos ou constrangido à auto-crítica. Ao PS não interessa, na verdade, a prosperidade do país. Bastam-lhe as boas intenções, isto é, a demagogia comum, e a lembrança das proezas de 1974/76. Ao PS moldado pelo "grande líder" só importa ganhar eleições e usufruir do poder pelo poder, para proveito e multiplicação da seita e para impedir que o rival o ocupe.
Esta tara existencial explica a sua perene versatilidade táctica, que lhe permitiu defender a "construção de um sociedade socialista" e "meter o socialismo na gaveta" com igual desenvoltura, que o encoraja a alianças municipais e acordos presidenciais com comunistas e a revisões constitucionais com o PSD, a lamentar a magreza da soberania nacional quando é o mais federalista e internacionalista dos partidos portugueses. O PS é um híbrido altivo. O defensor da igualdade que mais acentua as desigualdades reais. Um vira-casacas sem dramas de consciência, que imita com gosto os partidos irmãos de Paris, Madrid ou Estocolmo. Se amanhã desistissem da "construção europeia", o PS renegá-la-ia com zelo.
Sendo assim, não admira que os melhores se afastem ou sejam afastados e não admira que pessoas torpes como Ana Gomes acabem eurodeputadas.