Alberto João Jardim tem merecidamente garantido um lugar na História. Nunca visitei a Madeira e faltam-me estatísticas para avaliar a sua governação. Porém, Jardim tem qualidades inegáveis, como demonstrou na recente entrevista ao Expresso, plena de desenvoltura e inteligência. É o político mais livre de Portugal, o mais carismático em exercício e aquele que menos precisa de recorrer à demagogia. Será também o mais detestado pelas esquerdas, coisa que facilmente se explica: combate-as com vigor e nunca perdeu para elas uma eleição. As esquerdas, que se julgam eticamente superiores, abominam quem nunca derrotaram, quem não precisa de transigir com elas e quem executa políticas que elas pensam ser exclusivo seu. Jardim poderia ter sido líder do PSD: teria bastado controlar a sua prejudicial aversão à comunicação social de Lisboa e convencer alguns nomes importantes do seu partido. Mas Jardim preferiu poupar-se a esses constragimentos e canseiras: preferiu conservar a liberdade de ser como é.