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quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Quando Portugal

Caro Senhor Primeiro Ministro sabia que, segundo as estatísticas oficiais citadas pelo então ministro da Economia, Correia d´Oliveira, em 1965, "alguma coisa de sério e de consolador" se estava a pssar "no campo da indústria". O que de animador se passava era a singeleza de "entre 1959 e 1963 as exportações de produtos industriais, para as áreas da EFTA e do Mercado Comum" terem aumentado "respectivamente de 240% e 85%".
Isto era, senhor Primeiro Ministro, crescimento económico a sério, sustentado e duradouro. E era crescimento que se fazia sob o apoio e o impulso do Estado português, que coordenava com rigor a economia, que aceitava e sabia captar investimentos internacionais, mas não precisava de receber fundos comunitários de um organização supranacional para se modernizar.
Eram os tempos em que Portugal era o gestor dos seus destinos. Em que os orçamentos eram equilibrados, o escudo era uma moeda forte e os contratos eram respeitados. Em que Portugal era um País independente, vasto e cobiçado.
Os tempos em que se trabalhava a valer, em que a produtividade nas empresas e no Estado atingiu números nunca mais repetidos. Era um País que sabia ter ainda muito para corrigir, para melhorar, para construir.
Eram os tempos em que Portugal era um País orgulhoso de si, que estava tão preocupado com as guerras de África quanto empolgado com o seu progresso. Era um País optimista com o seu futuro, que se planeava a médio e a longo prazo. Era quando Portugal mandava em Portugal.