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domingo, 26 de novembro de 2006

Violência doméstica

O Público informa hoje que o "Governo quer que as mulheres vítimas de violência doméstica fiquem isentas de pagar taxas moderadoras quando, na sequência de agressões, têm de recorrer às urgências e internamentos nos hospitais, anunciou ontem o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão."
Esta intenção, no plano teórico, parece louvável, mas o ideal seria, evidentemente, responsabilizar os agressores pelo pagamento do tratamento das agressões. Assim, eu, a leitora e todos os contribuintes, continuaremos a sustentar o devorador SNS.
Sejamos um pouco pessimistas e tenhamos em conta a adoração que os portugueses têm por borlas: quem já assistiu à distribuição de pacotes de detergente e de bolachas à entrada do metropolitano ou quem se lembra daquele gigantesco almoço na ponte Vasco da Gama, sabe que é verdade esta inclinação. Eu não quero zombar do sofrimento de quem é maltratado e agredido em sua própria casa, e a criminalização de tais actos é correctamente contemplada pelo Código Penal. Mas não me surpreenderia se houvesse quem recorresse à violência para assegurar tratamento rápido e grátis no Hospital: cuidar-se-ia do olho e da dor de estômago.