Que um tema como a despenalização do aborto seja submetido a referendo é coisa reveladora da miséria moral reinante e das diferenças que na comunidade portuguesa existem sobre a importância atribuída à vida humana.
A esquerda, que em Portugal foi responsável pela descolonização que levou a fome a Angola e Moçambique; que impôs nacionalizações que arruinaram empresas; que transformou o Estado num devorador da riqueza nacional, quer agora tornar a eliminação de vidas humanas em crescimento, um assunto privado, uma unilateral escolha da mulher, patrocinada pelo Estado.
O Estado que possui hospitais, que paga salários a enfermeiros e médicos, que comparticipa medicamentos, o Estado que diz defender a vida humana, corre o risco de se transformar numa máquina abortadeira, caso as esquerdas consigam, mais uma vez, vender a sua banha da cobra.
Creches a preços razoáveis rareiam, o abono de família é irrisório, incentivos fiscais para famílias numerosas não existem, e o Estado a preparar-se para gastar entre 800 a 1000 euros por aborto. Ao Estado não lhe basta ser injusto. Quer ainda ser obsceno.