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domingo, 24 de abril de 2005

Abortos

As esquerdas, que não sabem perder, conseguiram a realização de novo referendo sobre o aborto. Claro que poderá não ser último - haverá tantos referendos quantos forem necessários até que a maioria dos votantes decida que sim, que deve ser permitido a meninas e senhoras abortar em hospitais públicos apenas porque a gravidez lhes não apetece ou lhes não convém. Abundam motivos para se permitir este massacre de inocentes: os nove meses de incomodidades que poderiam prejudicar a carreira, a criança que teria um pai incapaz, a criança que seria o quarto filho, a criança que arruinaria a elegância que custou uma pequena fortuna a recuperar. Claro que perante estes imponentes argumentos, a vida humana, cuja dignidade e importância tanto se exagera, secundariza-se e o aborto acontece.
Nós, aproveitando o debate que poderá ocorrer sobre a vida humana,lançamos a ideia que ingenuamente gostaríamos de ver referendada um dia: devem ou não ser interrompidas as vidas dos maiores de 25 anos que têm a paranóia do comunismo? Devem ou não ser interrompidas as vidas das feministas com mais de 30 anos?

1 Comments:

Blogger Ana de Castro said...

Meu caro Arquivista,

Acho que nunca concordei tanto como agora.
Parece que a esquerda virou direita e condenar esta questão ao exílio eterno.
Sempre me assumi como fiel defensora da liberdade de escolha mas não encontro motivos que justifiquem tamanha oscultação. Em tão curto espaço de tempo, não penso que se tenham verificado mudanças significativas para uma decisão consciente. Estou certa que o Não irá ganhar, novamente e agora como maior legitimidade do que nunca. No fim, tudo se salda num capricho de uma esquerda minoritária que pretende ganhar espaço num terreno que é tudo menos social. Considerando que o PS não colocou esta questão como prioritária para a sua agenda polítca, resta-me especular que estamos à mercê de mais um teatro de quem não sabe o que significa serviço público.
Quer queiramos quer não, o ABORTO existe em Portugal, é feito todos os dias, é aceite pela sociedade como um mal menor, às mãos de oportunistas, à custa de futuras mães que não sabem melhor.
Eu continuo à espera da prevenção, da educação sexual nas escolas, no planeamento familiar alargado, numa maternidade consciente, estruturada, responsável. Enquanto não chega, não posso afirmar que somos uma sociedade, dita civilizada, enquanto não chega, resta-me exercer o meu direito e votar.

10:53 da tarde  

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