Quase toda a gente já ouviu ou leu, algures, a seguinte enormidade:
antigamente, no tempo do fascismo, não se podia estudar; o regime queria o povo ignorante e não investia na Educação. É complicado contrariar preconceitos e é sabido que o pior cego é aquele que não quer ver: demonstrar, por exemplo, a um comunista que está errado politicamente é quase tão inútil e inglório como tentar ensinar um cão a escrever. Ora, quando o arreigado facciosismo impede a lucidez, só resta lembrar números, os frios números que não enganam e que provam cabalmente. Ontem, no
Dicionário de História de Portugal, volume III, no artigo dedicado aos Professores, encontrei os seguintes números:
Em 1930 havia em Portugal - no ensino oficial ( primário, liceal, técnico-profissional) - 10.786 professores;
Em 1974 havia em Portugal - no ensino oficial ( primário, preparatório, liceal, técnico-profissional) - 73.421 professores.
Em 44 anos o aumento do número absoluto de professores cifrou-se em 62.635 professores, a uma média anual de 1.423 novos professores. São números demasiado concludentes para que se possa permitir a discussão de certos dogmas...ignorantes ou desonestos.