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sábado, 19 de fevereiro de 2005

Polícias

Foi assassinado um agente da PSP. A morte foi aproveitada para críticas: como a morte de um colega perturba emocionalmente, e o ministro e o director nacional estão de saída, alguns polícias, mais sindicalistas que polícias, sabendo da tara das televisões pela exploração das desgraças, quiseram-nos fazer crer que ser polícia em Portugal é uma actividade ingrata: perigosa, pouco valorizada pela sociedade e mal remunerada.
Claro que a morte do agente é parcialmente imputável a deficiências internas da PSP: decidir o patrulhamento nocturno de um bairro hostil e perigoso apenas por dois agentes numa viatura não blindada é um erro. Mas a finalidade das queixas ultrapassava a condenação pública da imprevidência operacional das chefias. Atingia a essência da profissão. Os polícias que ouvi pareciam querer que se decretasse a inocuidade da profissão, tipo somos honrados funcionários públicos, exigimos total segurança laboral, é inaceitável que um dos nossos possa ser assassinado. Que diabo, é funcionalismo público, mas comporta riscos. Quem não os quer correr que escolha outra profissão: quem é polícia sabe ou deveria saber que pode ser morto em serviço. É inevitável, decorre da sua missão: os polícias combatem o tráfico de droga e este não é feito por gente desarmada e seguidora de Ghandi. Prejudicados nos seus negócios, os traficantes às vezes matam polícias.