Assinala-se hoje o 60º aniversário da entrada do Exército Vermelho no campo de extermínio de Auschwitz, o mais conhecido exemplo da industrialização da morte nascida do patológico ódio racial do nazismo. Hoje, sobreviventes, chefes de Estado e jornalistas, estiveram na Polónia, homenageando aqueles que morreram e exortando o mundo a uma memória que impossilite o esquecimento e a repetição. Se a homenagem é imperativa aos que morreram e aos que sobreviveram, a promessa de uma concertada e decidida actuação da comunidade internacional impeditiva de novos genocídios é hipócrita ou irrealista: recentemente, perante a passividade internacional, praticaram-se genocídios no Ruanda e na antiga Jugoslávia.
Não me surpreende que os genocídios ainda se pratiquem, já que a muito proclamada consciência universal de defesa e valorização da vida humana é desmentida por muitos daqueles que a berram: Chirac celebra a revolução francesa e a revolução francesa exterminou dezenas de milhares de franceses cujo crime era serem aristocratas; em todo o mundo os comunistas lembram nostalgicamente a revolução russa e a revolução russa cultivou o ódio à burguesia e tentou o seu extermínio. Na França a guilhotina é agora uma peça de museu e actualmente na Rússia a burguesia pode fomentar os seus negócios e adquirir propriedades. Mas as ideologias que matam, que pregam o ódio, que advogam ditaduras, subsistem, são imperecíveis, resistindo à educação e à informação, porque a estupidez humana é infinita e também não é escassa a malignidade do ser humano.
Os nazis estão organizados na Alemanha e nos EUA, e os comunistas actuam livremente em quase todo o mundo. Como estes últimos, incrível e lamentavelmente, ainda contam com a benevolência geral, registo uma ilustrativa citação do jornal Pravda, de 31 de Agosto de 1918, extraída do obrigatório Livro Negro do Comunismo:
"Trabalhadores chegou a hora de aniquilar a burguesia senão sereis aniquilados por ela. As cidades devem ser implacavelmente limpas da putrefacção burguesa. Todos esses senhoras serão fichados e aqueles que representam um perigo para a causa revolucionária serão exterminados. O hino da classe operária será um cântico de ódio e de vingança."
Para quem tiver dificuldade em sentir as essenciais afinidades entre nazismo e comunismo, repete-se o texto, que um qualquer assassino SS terá lido aos seus subordinados:
"Alemães chegou a hora de aniquilar os judeus senão sereis aniquilados por eles. As cidades devem ser implacavelmente limpas da putrefacção judaica. Todos esses senhores serão fichados e aqueles que representam um perigo para a causa nacional socialista serão exterminados. O hino da raça ariana será um cântico de ódio e de vingança."