Acabei de ler os Maias cerca de 15 anos depois de ter ignorado a obrigação escolar. O livro agarrou-me, li-o com deleite e alguma sofreguidão. A escrita elegante, a crítica social, o desencanto de que está impregnado, a eterna amizade entre Carlos e Ega, a felicidade morta pela descoberta do incesto, não se esquecem.
Depois de anos sem se verem, os dois amigos dizem:
"Falhámos a vida menino.
Creio que sim...mas todo o mundo mais ou menos a falha. Isto é, falha-se sempre na realidade aquela vida que se planeou com a imaginação. Diz-se vou ser assim, porque a beleza está em ser assim. E nunca se é assim, é-se invariavelmente assado, como dizia o pobre marquês. Às vezes melhor, mas sempre diferente."