A minha foto
Nome:
Localização: Lisboa, Portugal




quinta-feira, 28 de abril de 2005

Abrilada

Houve recentemente o feriado nacional do 25 de Abril. Tive o bom senso de não ouvir os discursos da praxe, de evitar as televisões e a imprensa. Festejar uma revolução causa-me confusão: as revoluções são geralmente destrutivas, vingativas, demagógicas. Evitam-se, combatem-se, lamentam-se. Como dizem que o nosso muito louvado 25 de Abril teve o mérito de recuperar a liberdade para o povo português, é conveniente lembrar que o 25 de Abril provocou o maior saneamento de sempre na administração pública, lembrar que o 25 de Abril forçou milhares de portugueses ao exílio, lembrar os portugueses presos sem culpa formada, que foram ameaçados, insultados, torturados, pelas benignas autoridades revolucionárias de Abril.

1 Comments:

Blogger Ana de Castro said...

Onde estavas tu no 25 de Abril?
Eu era apenas uma mera intenção de gente, um espamo orgânico, um desejo humano.
Quando cheguei a este mundo e atingi idade suficiente para perceber o que era o meu Mundo, disseram-me: Es filha de Abril.
Nunca entendi tal expressão, a não ser por ter expulsa por minha mãe em tal mês.
Ela sim, poderá afirmar, a minha filha é de Abril.
Agora a sua filha nascida em Abril nunca irá perceber porque tanto celebramos um dia que parece assombrar o nosso imaginário colectivo. Somos livres mas só nos livros de história. Porque vivemos presos a um passado que teimamos em não esquecer. Seremos um verdadeiro país no dia em que reabilitarmos Salazar e assumirmos que tal figura existiu e uma vez por todas, seguir em frente, rumo ao futuro.
Se sou facista por dizer tal coisa, que seja. Prefiro isso a ser ignorante e sobretudo cega. A minha revolução começou quando abri os olhos, pela primeira vez.

11:03 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home