Como o Estado deve reduzir as suas despesas, compreende-se que os quadros orgânicos da PJ não sejam aumentados. Imagine-se uma equipa de 100 inspectores exclusivamente dedicada a investigar as irregularidades que são detectadas nas câmaras municipais pelas inspecções e auditorias do Tribunal de Contas, da Inspecção Geral de Finanças ou da Inspecção Geral da Administração do Território. A consequência mais óbvia poderia ser a necessidade de construção de uma confortável prisão, com o seu cortejo de guardas, administrativos e psicólogos. Enquanto esta utopia não acontece, a tristeza real é Portugal ser um país repleto de horríveis desastres urbanísticos porque os orçamentos municipais têm no licenciamento de construção de imóveis a sua principal receita. E porque os seus presidentes de câmara são seguramente os menos instruídos e os mais corruptíveis da União Europeia. Um deles disse à bibliotecária que reclamava verbas para a compra de novos livros, que lesse primeiro todos os que já tinha na biblioteca.
