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terça-feira, 26 de setembro de 2006

English supporter for a day

Hoje houve duplo confronto luso-britânico na milionária Champions League. O Porto jogava com o Arsenal e o Benfica com o Manchester United. Nem precisava de lembrar o auxílio inglês a Portugal durante as invasões franceses. Bastaria lembrar que foram os ingleses que inventaram o futebol. Bastaria ter presente que o futebol inglês é o mais empolgante, o mais honesto e o mais responsável: estádios cheios de adeptos vibrantes, jogadores 100% profissionais que procuram marcar golos, que não simulam faltas, que não insultam árbitros; dirigentes que não telefonam a árbitros e que não se esquecem de pagar os salários; dirigentes que sabem evitar o clubitismo doentio e que punem exemplarmente os jogadores que prevaricam com gravidade. O futebol inglês é uma indústria que apaixona quem a vive, é uma indústria civilizada e lucrativa.
Do outro lado, estavam os representantes de um diferente tipo de indústria futebolística. Uma indústria que acumula prejuízos e escandâlos. Uma indústria que tem praticantes de qualidade, mas cujos principais protagonistas são, há mais de 20 anos, os dirigentes: que se aliam e desavindam, que se insultam e se abraçam; que nunca se cansam de mostrar a sua brejeirice, a sua ignorância, o seu facciosismo. Dirigentes que raramente sabem perder. Que gastam o que têm e o que não têm. Dirigentes que manipulam adeptos. Que culpam jornalistas e oferecem prendas a árbitros. Que exorbitam os preços dos bilhetes. Que não arredam pé e que não têm vergonha. E que sabem que contam com a conivência cobarde do poder político e com a passividade ou a impotência do poder judicial. Estarem os estádios vazios não surpreende. É um acto de justiça. O único que nos é possível, por agora. As excepções a este panorama - Sporting, Belenenses, por exemplo - são andorinhas que não fazem a primavera.
E com esta divagação, já quase me esquecia dos resultados de hoje: os ingleses ganharam os dois jogos: fair enough!