Hoje de manhã, durante 4 horas, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa fizeram greve. Têm os salários em dia, as horas extraordinárias pagas, as férias gozadas, as licenças previstas autorizadas. E permitem-se fazer greve, complicando a vida de milhares de utentes, prejudicando a empresa que cumpre as suas obrigações. Ora este direito à greve urge ser revisto: não se podendo suprimir o direito à greve, deveriam reduzir-se as circunstâncias que a permitem e deveriam ser aumentadas as penalizações pecuniárias aos grevistas.
Ignoro se existe sobre a matéria algum consistente estudo que nos permita saber quantos milhões já se desperdiçaram com os milhares de greves que desde o 25 de Abril aconteceram.
O que sei é que as greves são um insulto a quem está desempregado e quer trabalhar; e são economicamente lesivas: os serviços públicos e as empresas vêem as suas actividades paralizadas ou reduzidas; e os utentes, instados pelos grevistas a compreenderem a suposta justeza e validade destas, são privados dos serviços que pagam.
As greves consagram uma aberração jurídica: proclamam o direito de poucos prejudicarem muitos, proclamam a chantagem como argumento negocial.