Parece que este blog é lido essencialmente por meninas e senhoras, o que me apraz e envaidece: é público sensível e generoso. Permito-me uma pequena apologia da mulher. Lembro que são as mulheres as menos insensíveis à miséria alheia, são aquelas que mais ajudam os infortunados que ganham a vida no metropolitano repetindo milhares de vezes quem tem a bondade e a possibilidade de me auxiliar e todos têm a possiblidade mas poucos a bondade; são as mulheres que estão em maioria nas associações não governamentais, são as mulheres enquanto mães as pessoas capazes de se preocuparem mais com os filhos do que consigo próprias. São as mulheres as melhores conhecedoras do altruísmo e da capacidade de sacrifício. Sofrem porque amam e honram deveres e compromissos, como a minha linda avó, que durante mais de 3 anos diariamente velou pelo meu avô massacrado por uma doença neurológica devastadora, me revelou de uma forma que sei que nunca vou esquecer.
Os exemplos poderiam multiplicar-se. São também as mulheres as principais vítimas da violência doméstica, feita de agressões físicas, de ameaças, de insultos. A APAV, uma instituição de efectiva utilidade pública, cujo site acabei de conhecer, tem as lamentáveis estatísticas do assunto disponíveis para consulta.
As mulheres casadas ou vivendo em união de facto, com idades entre os 36 e os 45 anos constituem o grupo de maior risco. São mães e ganham o seu salário, estão no apogeu da suas faculdades intelectuais, atingiram a maturidade comportamental, e em casa convivem com animais falantes. Ou seja, há um número significativo de homens que além de sexualmente inepto ou pouco atencioso, que além de incapaz de proporcionar prazer e de produzir alegrias, ainda se esmera em gerar sofrimento. Eu meti-os na prisão ou mandava-os para Cuba.