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quinta-feira, 5 de abril de 2007

Engenheiro ?

O Público, em meritório exercício de jornalismo de investigação, está a dar-nos a conhecer como se processou a licenciatura em engenharia civil do senhor José Sócrates. O Gabiente do Primeiro-Ministro tem afirmado repetidamente que a licenciatura foi obtida em 1996. Segundo o jornal, "um estudo do Ministério do Ensino Superior revela que em 1996 não houve nenhum aluno diplomado em Engenharia Civil, pela Universidade Independente (UnI)". Alguém se enganou ou alguém mente, já que a verdade não admite duas versões opostas.
Quem quiser encontra no Público os pormenores da história. Abundam as inconsistências, as contradições, as suspeitas. A ideia que fica é esta: absorvido pelas exigências da vida partidária, sem pachorra para as exigências académicas de uma licenciatura séria, Sócrates, sabedor da utilidade curricular do canudo, matriculou-se na UnI para despachar o assunto pela via do favor administrativo. Mas a sua pressa e a incompetência dos responsáveis da UnI impediram que tudo se processasse, ao menos, dentro do formal respeito das regras.
Tudo isto é de uma miséria moral confrangedora. Em Portugal, esta descoberta macula, motiva desdéns, troças e anedotas. E nada mais. Sócrates sai humilhado com a revelação da inepta negociata, mas não perde o emprego. Em qualquer país decente, onde a lei é levada a sério, os tribunais são independentes , as polícias investigam sem interferências do poder político e a opinião pública conta, o assunto obrigaria à demissão e a um inquérito judicial.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Páscoa

Como a Páscoa é, religiosamente, mais importante que o Natal, a todas uma Páscoa bem passada: mesa farta, convívio familiar animado e descanso tranquilo. Não pensem em chatices ou compromissos. Ofereçam-se uma trégua. E se tiverem a genuína fé que consola, peçam a Deus que nos ajude a todos.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

O cartaz

O cartaz que o PNR fez colocar no Marquês de Pombal causou sensação: foi noticiado por televisões e jornais, mereceu formais condenações dos partidos com representação parlamentar. O pior do cartaz não é a sua antipatia para com os estrangeiros ou a implícita falta de memória para com a emigração portuguesa. O pior do cartaz é estar errado. Se não fossem tão primários, se fossem um pouco menos ignorantes, os dirigentes do PNR saberiam que a emigração tem sido parte da solução dos problemas económico-sociais em Portugal; saberiam que os emigrantes portuguesas foram, ao longo do século XX, a principal exportação do país. Mais de 3,5 milhões de portugueses emigraram durante o período e todos ganharam com isso: as autoridades que viram evitado o desemprego, os emigrantes que encontraram trabalho no estrangeiro, a economia que precisava dos capitais financeiros, das famosas remessas dos emigrantes.
Ou seja, a História prova que a emigração é a solução.

Porque esperam?

As forças iranianas raptaram recentemente 15 militares da Grã-Bretanha em águas internacionais; a embaixada inglesa em Teerão foi este fim de semana atacada por manifestantes; as autoridades iranianas continuam o seu programa nuclear e continuam a fornecer armamentos às xiitas do Iraque; o Presidente iraniano não perde uma oportunidade para atacar verbalmente o Ocidente: este Irão não é domesticável com apelos ou sanções; é um obstáculo às forças ocidentais e uma ameaça séria à segurança de Israel.
Por isso a pergunta de retórica: porque não se dá uma lição militar ao regime teocrático iraniano? Porque impedem os americanos que os israelitas façam o que se impõe?