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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Societa Iesu

A 27 de Setembro de 1540 o Papa Paulo III aprovava, finalmente, a Companhia de Jesus, idealizada e criada pelo basco Inácio de Loyola. Inácio conhecia as durezas da guerra, peregrinara na Terra Santa, aprendera na Universidade da Salamanca, e vivia em Paris, quando em 1534, com mais sete companheiros, pronunciou os habituais votos de pobreza e castidade. A estes juntaram a obediência total ao Papa. Inácio sabia que Roma não era flor que se cheirasse: o Papado viva no luxo, na luxúria, no nepotismo, na rivalidade política entre as grandes famílias da fragmentada Itália, incapaz de travar a implantação do protestantismo por vastas regiões da Europa.
Se no mercado religioso europeu havia um concorrente de respeito, nas Américas, na África e na Ásia, abundavam os gentios que desconheciam o Evangelho. Dar-lhes a conhecer Cristo era o grande objectivo dos jesuítas. Era a oportunidade de redenção e de expansão da fé. Imbuídos de curiosidade e respeito pelas culturas autóctones, dotados de sólida formação teológica e de coragem física, os jesuítas partiram à evangelização do mundo: em 1542 estavam em Goa, em 1549 no Brasil e no Japão, em 1560 em Angola e Moçambique, em 1565 em Macau, em 1583 na China, em 1624 no Tibete. Não eram muitos, mas eram bons. Ensinavam o catecismo, criaram e geriram dezenas de colégios do ensino secundário, visitavam presos e doentes, conheceram o martírio. Sem a acção missionária dos jesuítas o Catolicismo não seria hoje, presumivelmente, uma religião mundial. Não é assim, Filipa?

PSL

Pedro Santana Lopes esteve ontem impecável na SIC-Notícias. Ofendido pela interrupção da sua entrevista por mais uma vácua reportagem em directo, questionou a jornalista sobre a estupidez do acto e acabou com a entrevista. Não pactou com a amoralidade, o sensacionalismo e a falta de educação. Deu uma lição. Dignificou-se.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O engenheiro na Casa Branca

O Primeiro-Ministro esteve na Casa Branca, a conversar com o Presidente Bush. Uma das fotografias da praxe informou-nos cabalmente: Sócrates estava orgulhoso de ali estar a viver a sua consagração internacional. Bush percebeu a alegria do visitante e teve a bondade, ou a ironia, de agradecer o apoio de Portugal às intervenções americanas no Iraque e no Afeganistão. E Sócrates teve o bom senso de não arruinar o ambiente, não interrompendo Bush para lhe contar como em 2003 criticara, com aspereza e populismo demagógico, a concordância do Governo de Barroso com a invasão do Iraque.
Como o Estado português desperdiça todos os anos, em despesas supérfluas, centenas de milhões de euros que depois muita falta fazem, a nossa efectiva contribuição reduziu-se a pouco mais de 100 homens da GNR no Iraque e a acerca de 150 militares do Exército do Afeganistão. Ninguém pode acusar Portugal de esconder ou dissimular a sua insignificância internacional.

Dalai Lama

O Dalai-Lama, líder espiritual do povo tibetano, esteve em Portugal. Distribuiu sorrisos de simpatia, pregou a serenidade interior, o altruísmo e o desprendimento material em conferências, reclamou autonomia para o seu Tibete ocupado pela China, confraternizou com autoridades religiosas, exercitou a paciência na visita à Assembleia da República. O Governo, por "razões óbvias" não teve a delicadeza de convidar o Dalai-Lama para um ameno chá. Para alguns jornalistas muito mais opinativos que este blogue, as razões eram o respeitinho subserviente às autoridades de Pequim, a preferência em agradar à China, em detrimento do apreço a um prémio nobel da Paz e da imperativa valorização dos direitos humanos. Os jornalistas julgaram que o raciocínio do ministro Luís Amado tinha sido mais ou menos este: recebemos o homem e os chineses pedem acrimoniosas explicações, desistem daquele rentável acordo comercial que demorámos meses a negociar, e, para cúmulo, esquecem-se de nos convidar para a abertura dos jogos olímpicos.
Isto é lógico, mas também me parece superficial. Para mim, o ministro Amado não recebeu o Dalai-Lama, sobretudo, por uma de duas razões: ou porque quis evitar, na sua intimidade, o incómodo de sentir uma inferioridade moral que o deprimiria; ou porque entendeu que a espiritualidade do tibetano poderia prejudicar aquele cínico estado de espírito, tão necessário ao exercício das funções diplomáticas.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Nestum


Fidelidade, é comer nestum há mais de 25 anos. Mãe, mima-me com o teu nestum de mel.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Comprem a revistinha


Já saiu o número de Setembro da melhor revista que se faz em Portugal. Votantes, simpatizantes e desiludidos do PSD não a devem perder.

Botto

O que desejei às vezes, poema de António Botto:

O que desejei às vezes
Diante do teu olhar,
Diante da tua boca!
Quase que choro de pena
Medindo aquela ansiedade
Pela de hoje - que é tão pouca!
Tão pouca que nem existe!
De tudo quanto nós fomos,
Apenas sei que sou triste.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cardeal Patriarca

Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, que sinceramente aprecio: acabo de passear os olhos pela História Religiosa de Portugal, obra de muita erudição que aqui recomendo a crentes e descrentes, e fiquei entristecido com a prática religiosa dos habitantes do sul de Portugal: eu já a sabia diminuta, mas não a supunha tão minoritária, mesmo marginal. Em 1991, nas dioceses de Beja, Évora, Setúbal e Algarve, a percentagem de católicos que assistiu à missa oscilou entre os 5% e os 9%. É uma participação que não pode deixar a Igreja Católica satisfeita e que levanta suspeitas sobre a saúde espiritual daquelas populações. É urgente, senhor Cardeal Patriarca, apostar numa dinâmica acção pastoral, numa intensa missionação, que faça regressar as gentes do Alentejo e Algarve às igrejas, agora vazias ou fechadas, que são locais privilegiados para se saborear um gelado em paz.

Where The Wild Roses Grow

Não há melancolia musical como a de Nick Cave.

Concorda, senhora professora?

Ignoro as minudências burocráticas relativas à colocação anual dos professores. Sei que muitos daqueles que são colocados em escolas longe de casa mergulham na frustração, no abatimento ou na revolta. Queriam estar junto dos seus e sentem-se desterrados na província que os desola. Prejudicados nos seus interesses, não é arriscado imaginar que ensinem menos bem: a tristeza só melhora a comunicação dos poetas.
Mas, se quisermos ser optimistas, parece que se avizinham mudanças que beneficiarão alunos e professores, e que deixarão de escandalizar os contribuintes.
O Estatuto da Carreira Docente quer tornar a "entrada na profissão docente e progressão na carreira mais exigente e selectiva". Para a leitora desejosa de ensinar ter possibilidades de ser admitida já não basta a licenciatura e a paciência para as papeladas da candidatura: será necessária a aprovação num exame nacional. Para a leitora que durante os últimos anos tem desesperado com os demenciais programas saídos da 5 de Outubro, a avaliação vai contar a valer na progressão da carreira: se tiver um humilhante insuficiente, será despromovida para o quadro de mobilidade.
Isto impunha-se. Quem paga deve avaliar e deve exigir competência. Apenas os que receiam ser avaliados poderão discordar. Porém, estas evidências têm um inconveniente que produziu incalculáveis danos: pecam por tardias. Só depois da casa arrombada, só depois da consentida invasão dos bárbaros que desprestigiaram a profissão, só mais de 20 anos depois do começo do negócio das universidades privadas que se esmeraram a licenciar milhares de ignorantes, é que o Ministério teve a iluminação de fazer da qualidade dos seus agentes uma prioridade.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Swedish Chef runs a fowl of the Muppet Kitchen

Para quem tem saudades dos Marretas!

domingo, 2 de setembro de 2007

É isto um juiz?

Notícia fresquinha do admirável mundo da Justiça portuguesa. A edificante história envolve um autarca afortunado, um proprietário furioso e um juiz que parece não acreditar na utilidade da prisão. O proprietário disparou dois tiros contra o presidente da Câmara de Tarouca. Falhou a pontaria. O juiz do Tribunal da Régua decidiu aplicar ao agressor, como medida de coacção, em vez da prisão preventiva que qualquer leigo esperaria, o termo de identidade e residência, que qualquer leigo achará escandaloso. Ficámos a saber que quem tenta matar pode aguardar julgamento em liberdade.

sábado, 1 de setembro de 2007

Madonna - Hung Up - Live VMA 2005

O blogue estava com falta de erotismo. Ai Madonna, fazes-me saltar.

HÁ UM CAMINHO Pt.3 - Os Vetos Presidênciais

Paulo Portas com a sua insuperável oratória no Youtube.