Arquivista

A minha foto
Nome:
Localização: Lisboa, Portugal




quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

From California


Enquanto não apanho o avião para gozar durante duas semanas a hospitalidade da Madonna, vadio pelo site do OAC - Online Archive of California, cuja riqueza iconográfica, para ser devassada ao pormenor, exigiria um mês de férias: cerca de 120.000 imagens disponíveis para a consulta de qualquer freguês. O OAC é mais uma demonstração da avassaladora capacidade americana de tratamento e difusão da informação produzida.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

O ciclista


La troisième femme

Cruzei-me com o livro La troisième femme fortuitamente: desarrumava prateleiras na Fnac e eis mais um exemplar da famosa colecção folio essais da Gallimard: o título sugestivo não bastava, pelo que espreitei as folhas. A prosa pareceu-me instrutiva e decidi levar a troisième femme para me fazer companhia na cama. O que já devorei leva-me a crer que qualquer macho, que se preze ou despreze, deveria ler a obra: as mulheres são proveitoso tema e ser um pouco menos ignorante não prejudica. Para meninos e meninas, fica o pedaço que se segue:

"En prenant une certaine distance vis-a-vis du modele donjuanesque, les hommes ont fait un pas vers les valeurs féminines de continuité et d´implication émotionnelle. Les nouvelles atitudes masculines ne traduisent pas la banqueroute de l´identité virile ou l´angoisse envers les femmes, mais l´avancée de l´égalisation des conditions des deux genres dans le domaine de la vie amoureuse."

Lipovetsky, Gilles; La troisiéme femme, p. 72, Éditions Gallimard, Paris, 1997

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Dali antes das drogas


Rice


Estimada Condolezza : este blogue deseja que continue o proveitoso exercício das suas elevadas funções e deseja que dentro de pouco tempo seja a primeira senhora a liderar os EUA.
"In real life, power and values are married completely."

domingo, 28 de janeiro de 2007

Just buy it


Qual Sábado, qual Visão, qual The Economist. Servem para quem se contenta com a banalidade, o cinzentismo e o esquerdismo. Mas há boas revistas à venda em Portugal, apesar de serem poucas as lojas que as vendem. Uma delas é a The Atlantic, que tem 150 anos de próspera existência. Amazing! Read it!

A paranóia

Há meses que ouço falar nos voos da CIA, voos transportando terroristas e suspeitos de ligações terroristas para bases militares americanas, em especial a de Guantanámo, que hoje, o senhor Amílcar Correia, no editorial do jornal Público, apelida de "hedionda base naval". O jornal cedeu ao histrionismo da senhora deputada Ana Gomes, conhecida pelo seu rude anti-americanismo, pela sua truculência, e pela sua incansável actividade de tentar provar que as autoridades portuguesas sabiam que os voos da CIA transportavam pessoas inocentes.
Como não é tema que me arrebate, ignoro quantos presos estão detidos em Guantanamo, e não me custa admitir que tenha havido alguns lamentáveis episódios de injustiça e de tortura. Mas, como tenho mais confiança na administração norte-americana do que nos deputados portugueses, acredito que em Guantanamo os detidos são alimentados, têm uma cama para dormir, estão autorizados a orar, e não vivem trancados em imundas caves, rodeados de baratas e mergulhados na escuridão. Por isso, chamar "prisão abjecta" a Guantanamo, parece um paranóico excesso de alguém que está no seu direito de tontamente não simpatizar com o Governo dos EUA.

Portugal no seu melhor

Sem rigores jurídicos e com superficialidade jornalística, o caso pode resumir-se assim: existe uma disposição legal que proíbe a divulgação pública de documentos abrangidos pelo segredo de justiça e existe uma disposição legal que permite aos jornalistas não revelar as suas fontes. Um jornal digital, conhecedor da lei, entendeu mostrar o seu apetite por notícias supostamente bombásticas e publicou o despacho de uma magistrada que reabre o inquérito criminal ao senhor Pinto da Costa. O despacho estava sob segredo de justiça, mas um qualquer funcionário do Ministério da Justiça, descontente com o seu salário, entendeu vendê-lo ao jornal. O funcionário cometeu um crime, e o jornal, além de conivente, praticou outro, ao publicar o que não estava autorizado a publicar. Como é evidente, houve quem não gostasse da brincadeira e a PJ visitou as instalações do jornal e fez as apreensões da praxe. O divertido foi depois ouvir a advogada do jornal, com o hipócrita ar de virgem ofendida, queixar-se do comportamento dos agentes, alegando atropelos à legalidade. O descaramento luso deveria ser universalmente estudado.

Mao

Sexta-feira deixei-me arrastar para a noite lisboeta, para os estabelecimentos da 24 de Julho. O bar Mao, que não conhecia, ficou-me a zumbir no cerébro. Chama-se Mao, presumivelmente, porque o nome é de fácil memória, porque as paredes têm dezenas de quadros com a icónica cara do grande timoneiro e porque o patrão, que não é chinês e também não deve ser militante do MRPP, é algum chico esperto que aprecia ditadores. Não fiquei chocado porque não tenho feitio para isso e porque dos portugueses todas as aberrações são admissíveis. Mas enojou-me um bocadinho ver um ilustre bandido transformado em objecto de decoração, em patrono de uma casa de divertimento nocturno, branqueado como se tivesse sido uma inócua estrela do cinema. Repulsivo. Por isso, fica a sugestão: boicotem o Mao.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Meu Querido Senhor Doutor

Muitas portuguesas, de diferente idade, cultura e condição sócio-económica, escreveram a Oliveira Salazar. Segue-se uma dessas cartas.

Lisboa, 30 de Setembro de 1956

Meu Querido Senhor Doutor

Que pena que tive de nos termos desencontrado, pois quando voltei do Caramulo foi o senhor Dr. para Santa Comba!
Já ando razoavelmente embora ainda com o pé inchado e sem carro!
Vou dizer-lhe em duas palavras o assunto que me leva a escrever-lhe, embore me custe, pois detesto incomodá-lo ou aborrecê-lo.
Se por qualquer motivo o Sr. Dr. já nada me puder fazer, ficar-lhe-ei na mesma, sempre agradecida.
Trata-se do seguinte. Com a morte do Joaquim Leitão ficou vago no Conselho de Administração da Raret o lugar de membro da comissão executiva, lugar esse que somente será preenchido por quem o Sr. Doutor indicar. Ora como o António se encontra dentro do mesmo Conselho de Administração, se o Sr. Doutor quisesse fazer o favor de mais uma vez o indicar para esse lugar seria óptimo para a nossa vida, visto esse lugar representar um aumento de 2 contos, o que nos faria muito jeito! Desculpe querido Senhor Dr. incomodá-lo com mais este pedido, mas o Senhor Dr. sabe como a vida está loucamente cara e o António, na Sacor, ao contrário do que ao princípio lhe foi dito pelo Dr. Ricardo Espírito Santo, continua a só receber 5 contos por mês!
Desculpe este desabafo, mas se mais uma vez me pudesse valer, muito e muito gratos lhe ficaríamos.
Um grande abraço da muito e sempre amiga Maria Arminda.

IAN/TT-AOS/CP 15

domingo, 21 de janeiro de 2007

MST

Miguel Sousa Tavares foi durante alguns anos director da Grande Reportagem, uma revista mensal de muito boa informação, cuja leitura era imperdível. Agora, MST escreve nos jornais Expresso e A Bola, e faz comentários na TVI. A beleza e o charme de outrora deram lugar a uma cara arruinada, e, com o envelhecimento fisíco, apareceram as opiniões delirantes. MST apelidou de imbecil o presisdente Bush, acha os americanos uma ameaça à paz mundial, e ontem escreveu a seguinte barbaridade:

"Que uma grande parte dos portugueses ache que Salazar e Cunhal são dos maiores de sempre entre nós explica a razão pela qual somos actualmente o mais atrasado país da Europa."

Eu ignoro o que MST entende por Europa, mas sei, todos sabemos, que Portugal não é o país mais atrasado da Europa. E reduzir o atraso de Portugal, que em muitas áreas é tão lamentável quanto ultrapassável, ao apreço que muitos portugueses têm por Salazar ou por Cunhal, é simplesmente grotesco, é de uma indigência analítica aflitiva, é de uma ignorância histórica que envergonha.

Não é a qualidade dos textos que são publicados em Portugal que complica as contas do Estado ou impede a privatização das escolas. Não se exagere a importância pública de pessoas que desbaratam a verdade pelo gosto patético de serem bombásticas. Os autores desqualificam-se e os jornais dão-nos motivos para que os não compremos. Entregar euros para ler atentados à inteligência é coisa que se dispensa.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Naturalmente

O acerto da frase que se segue é evidente, mas neste mundo desorientado, em que valores essenciais são desprezados, nunca é inútil lembrar as evidências.

"Uma mulher que faz do aborto regra merece ser penalizada."

Gentil Martins, Correio da Manhã, 19-01-2007

Juízes

Haverá profissão mais sujeita à ignorância, à falta de experiência e à falta de simples bom senso dos seus praticantes que a de juíz? Haverá profissionjais cujos erros mais prejudiquem os direitos dos cidadãos que a dos juízes ? Não vislumbro qual seja. Não é apenas porque os recursos humanos são insuficientes ou porque os códigos favorecem recursos que protelam decisões definitivas, que a Justiça em Portugal é um lastimável serviço público. A Justiça nunca teve como agora tem, tribunais tão bem apetrechados e funcionários tão bem pagos. A Justiça funciona mal porque nas licenciaturas de Direito, obtusamente, não se ensina psicologia e sociologia; porque o acesso à carreira é demasiado prematuro e fácil; porque os senhores e as senhoras juízes são praticamente inimputáveis, mesmo que acumulem sentenças desastradas e violem leis.
Enfim, que pena e que prejuízo não poder o Estado contratar juízes estrangeiros: em vez de melhorar a gestão da Justiça, o Estado, brincalhão, teima em repetir a anedota de que a lei é igual para todos.

Guerra e Mulheres


Só gostam de guerras aqueles cujo juízo já conheceu melhores dias. Os fascistas, por exemplo, deixaram-se tontamente levar pela verborreia futurista que glorificou a guerra, invadiram a Etiópia e julgaram-se orgulhosos ressuscitadores do Império Romano, tiveram inveja dos sucessos alemães e decidiram entrar na guerra quando a julgaram quase resolvida. A vaidade cegou-os, e de derrota em derrota, os aliados ensinaram a Mussolini a evidência de que só se deve fazer a guerra quando se tem legimitidade e força para isso. Perder uma guerra que se poderia e deveria ter evitado enfurece a população que a sofre, e Mussolini, acabou pendurado pelos pés na rua, com o seu cadáver a ser celebremente profanado pela multidão desvairada.
Isto, para ilustrar a imagem de um grupo de senhoras americanas em aprendizagem industrial. Com milhões de homens envolvidos nas operações militares, os Governos tiveram que apelar ao patriotismo das mulheres e mães dos soldados para sanarem carências de mão-de-obra. Foram decisivas nas fábricas de produção de armamento no trabalho administrativo dos organismos públicos, nos hospitais e nas escolas. Sofreram para além do descritível as mortes dos seus, suportaram destruições e privações terríveis, viveram com medo e com saudades. Mas deram cabal conta do recado, provando, a si próprias e aos restantes, a sua competência e a sua utilidade fora de casa. Apressaram o fim da guerra e aceleraram a evolução social.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

História

Goethe escreveu que o melhor da História é o entusiasmo que ela suscita. É uma verdade incompleta, porque o entusiasmo se faz acompanhar pelo conhecimento. Para este se atingir e usufruir, existem duas vias de acesso, que se completam : a leitura dos protagonistas -governantes, funcionários, empresários - e a leitura dos historiadores. E seleccionar e devorar o que os protagonistas escreveram por obrigação profissional ou prazer intelectual, é, quase sempre, muito mais estimulante que o trabalho produzido pelos profissionais da História.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

A força e a alma



O mais avançado armamento não basta para vencer uma guerra. A bravura exige que se acredite que se tem razão. Precisa da fé em ideais de validade universal.

Poder feminino



Para as meninas que duvidam das suas capacidades.

sábado, 13 de janeiro de 2007

PC


O moço tem feeling para a qualidade de vida.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

USA

Este blogue é assumidamente americanófilo: tem pelos Estados-Unidos da América a pura admiração que decorre do reconhecimento do muito que os EUA têm feito para o mundo se tornar mais habitável e decente. Os EUA são a única superpotência e deseja-se que conservem o seu estatuto por muitos anos: não há nação que tenha feito tanto pelo mundo em tão pouco tempo, não há nação que em pouco mais de 200 anos tenha gerado tantas influentes e memoráveis personalidades. Para chegarem ao seu invejável e odiado poderio, os americanos trabalharam muito, apoiados por meia dúzia de ideias sólidas e eficientes: cultivaram e praticam o patriotismo, a responsabilidade e a iniciativa individuais, a liberdade religiosa, a liberdade comercial, a liberdade de expressão, a liberdade de educação. Os americanos são exigentes e procuram continuamente a inovação. Acreditam e premeiam o mérito. São os que mais gastam em investigação: os organismos estatais, as universidades, as empresas, as fundações americanas, subsidiam mais de 1.200.000 investigadores. São o país que mais projectos financia em todo o mundo: os EUA gastam bilhões de dólares a ajudar países de todos os continentes: usam bombas quando é imperativo e usam sempre livros, laboratórios e tecnologia.
A Europa, coitada, não consegue disfarçar a sua incomodidade pela grandeza imperial dos EUA. A Europa inveja os EUA e por isso são tão frequentes as críticas europeias à diplomacia norte-americana. Não incluo nestas, as que são proferidas pela esquerda que era moral e financeiramente sustentada pela URSS: essa esquerda maligna, que nunca criticou quem a alimentava, rancorosa e obtusa, não perdoa aos EUA a sua vitória na Guerra Fria.
Mas, as elites europeias que criaram o Estado-Providência e toleraram o florescimento do marxismo nas suas sociedades, namorando-o por imperativos eleitorais aqui e ali, e que está hoje empenhada na demorada e envergonhada construção dos Estados-Unidos da Europa sabe, apesar da sua genérica ignorância da História, o quanto deve aos EUA. E, mais importante, sabe o quanto precisa dos EUA. As elites federalistas sabem que a Europa teimou, ciclicamente, em se auto-destruir, desde as guerras religiosas dos séculos XVI e XVII às guerras mundiais do século XX. As primeiras foram forte estímulo para a imigração dos europeus para o continente norte-americano; as segundas foram decididas graças à intervenção dos EUA. Esta nossa arrogante e impotente Europa, criou monstruosidades como o nazismo e o comunismo, praticou o genocídio, arruinou a sua economia e ainda pediu desculpa por aquilo que de melhor fez no mundo: a colonização de África. Desnorteada e empobrecida, a Europa entregou aos EUA a liderança mundial. Os EUA, não obstante os erros cometidos, têm estado à altura do desafio. E, compreensivelmente, não querem abdicar do seu estatuto. Não apenas porque seria absurdo: mas porque a sua hegemonia é o pilar da preservação dos seus interesses e da expansão dos seus valores. E é também a melhor garantia para a defesa da civilização na Europa.

É absurdo

É cada vez mais difícl fumar no escritório, é proibido conduzir a 150 km, é ilegal cultivar canhâmo para fins lúdicos, não podem existir partidos fascistas. E querem tornar legal o aborto. Querem que seja o Estado a fazer o jeitinho aos casais que engravidam, querem que sejam os contribuintes a pagar a irresponsabilidade de quem faz sexo ignorando pílulas e preservativos. Querem que o massacre de inocentes em crescimento seja tão válido quanto ser operado ao coração. E estes defensores da morte dizem-se a favor da vida.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Maravilha

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Margaret Thatcher


A Dama de Ferro quase dispensa apresentações. A sua inteligência, a sua lucidez, a sua firmeza, devolveram à Grã-Bretanha pujança económica e importância mundial. Acreditou no liberalismo e valorizou a aliança com os EUA. Ganhou a guerra das Malvinas e combateu a malignidade do regime soviético. Provou que não são as quotas imbecis que determinam o proveitoso exercício de funções governativas e legislativas pelas senhoras: é a competência e o conhecimento dos dossiês.
Saiu do Governo em 1990, mas não abdicou de difundir as suas ideias, de expressar as suas opiniões, de categorizar conferências, de tornar acessível o seu arquivo. A sua fundação, que há-de sobreviver-lhe, tem presença na Internet e merece consulta.

http://www.margaretthatcher.org/

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Amizade

E ainda do Stop do Bairro, que é um restaurante ibérico e cheio de bonitas cruzes de Cristo do Belenenses, vem a seguinte la palissada:

Aceite, vino y amigos

Mejores cuanto

Más antiguos

Diabo

Directamente das paredes do restaurante Stop do Bairro, em Campo de Ourique, onde a carne de porco à alentejana é maravilhosa, uma verdade popular:

Os homens são o diabo

Nao há mulher que o negue

Mas todas elas procuram

Um diabo que as carregue

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

A Torre

Na mouche

"Sem maior exigência no recrutamento e valoração dos comportamentos dos políticos dificilmente a qualidade da governação do país registará substanciais melhoras; sem educação política e cívica maior não se conseguirão os juízos críticos do eleitorado com o grau de exigência requerido e necessário."

Rui Machete, Diário de Notícias, 31-12-2006

Roménia

A Roménia, que tem no seu palácio presidencial o segundo maior edifício do mundo e cujo petróleo tão útil ao esforço de guerra nazi parece ter desaparecido, aderiu à União Europeia. Para muitos romenos é uma formidável oportunidade: a partir de agora não mais precisam de passaportes e vistos para circularem e mendigarem pela Europa.

Acordar

Quando acordar uma chatice, uma injustiça, quase um suplício; pense que é infinitamente melhor acordar que morrer durante o sono.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Defeitos

Entrámos em 2007 e continuo a querer e a gostar de escrever: há defeitos irremediáveis.